Climatização especifica de maternidade suína: avaliação etológica de fêmeas lactantes

Gisele Dela Ricci, Dirlei Antônio Berto, Osmar Dalla Costa, Rafael Teixeira de Sousa, Elder Tonon, Cristiane Gonçalves Titto

Resumo


O experimento foi realizado durante o verão na UNESP campus Botucatu. Foram utilizadas oito fêmeas da raça Landrace e Large White, distribuídas aleatoriamente de acordo com a ordem de parição. O comportamento foi avaliado na primeira semana de lactação nos períodos da manhã, tarde e noite. O ambiente da maternidade foi vedado por lona plástica.  Para a climatização foram utilizados seis ventiladores e dois aspersores de água no telhado. As temperaturas ambientais foram monitoradas através de termômetros de bulbo seco/úmido e globo negro (Tg) com leituras a cada cinco minutos, no decorrer dos cinco dias. A temperatura corporal dos animais foi medida com o auxílio do termômetro digital.  Foram comparados os ambientes com enriquecimento e controle, sendo a análise do comportamento das fêmeas realizada com o auxílio de um etograma. O comportamento dos animais foi avaliado através do teste de Qui-Quadrado (X²), através do procedimento FREQ do SAS versão 9.1.2 (SAS Inst. Inc., Cary, NC). Os comportamentos lúdicos, estereotipados, ofego, alimentação, consumo de água e movimentação diferiram estaticamente entre os tratamentos, com melhora significativa do bem-estar das matrizes no ambiente climatizado, principalmente pela diminuição da temperatura ambiental, onde as médias de temperatura na área climatizada foram de 17 e 18ºC e 32, 34ºC e controle, com menores frequências respiratórias, com médias de 38 e 79 batimentos por minuto e melhoria do ofego nos três períodos. Conclui-se que a utilização de ventiladores internamente e aspersores de água no telhado externamente, melhorou o conforto térmico e o bem-estar das fêmeas suínas paridas.


Palavras-chave


água; bem-estar; observação; suinocultura; ventiladores

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